Adversário de Alcaraz, Dzumhur quase morreu há três anos e deu volta por cima no tênis

Adversário de Alcaraz, Dzumhur quase morreu há três anos e deu volta por cima no tênis
Dzumhur passou mais de um mên internado no hospital em 2022 (Crédito: Reprodução)

Adversário de Carlos Alcaraz neste domingo no Masters 1000 de Cincinnati, o bósnio Damir Dzumhur quase morreu há três anos. O jogador teve uma pancreatite e ficou um mês e meio internado em hospitais em Paris e Belgrado, sendo seis deles na UTI.

Em depoimento ao site da ATP, Dzumhur lembrou do “pior momento da vida”.

“Se eu não fosse jovem e saudável, não sei se teria sobrevivido. Começou depois que perdi minha partida classificatória da primeira rodada para Fernando Verdasco, em Paris. Senti uma dor de estômago enorme e, depois de consultar um médico, fui ao hospital. Eles me diagnosticaram com pancreatite aguda e rapidamente me transferiram para a unidade de terapia intensiva, onde fiquei por seis dias. Os dias foram longos, principalmente no começo. A dor estava me matando, então eu não conseguia dormir a menos que me dessem analgésicos fortes. As noites eram muito longas e o tempo não parecia passar”, relembrou o tenista.

Dzumhur afirmou que os médicos não descobriram como ele contraiu a doença. Ele ficou 30 dias internado em um hospital na França. Depois, pediu para ser transferido para Belgrado para ficar mais perto da família, especialmente do filho Luka, que ainda não havia completado um ano de vida.

“Os médicos em Paris foram contra, pois me disseram que eu não estava em condições de ir a lugar algum. Eu não entendia a gravidade da minha situação. Esses médicos são as pessoas que salvaram minha vida — não posso dar-lhes crédito suficiente por isso. Mas, nesses momentos difíceis, muita coisa passa pela sua cabeça e você fica desesperado para estar com aqueles que ama. Meu sentimento avassalador era a necessidade de estar em casa”, disse Dzumhur.

O tenista foi transferido para Belgrado e ficou mais duas semanas e meia internado.

“Mas ainda assim consegui vivenciar um dos melhores momentos da minha vida, que foi poder rever meu filho. Eles me permitiram visitas quando me tiraram da UTI e, embora o momento mais feliz da minha vida tenha sido quando Luka nasceu, o segundo foi quando o vi naquele hospital”, disse.

Depois de receber alta médica, o tenista começou a fase de recuperação. Ele chegou a perder 11 quilos, pesar apenas 55 e não sabia se poderia voltar a jogar tênis. Em agosto de 2022, ele tinha caído para a 243ª posição no ranking da ATP (chegou a ser 23º).

Dzumhur não abandonou o tênis e conseguiu dar a volta por cima. Está na 56ª posição e sentindo-se bem em quadra. O confronto contra Alcaraz vai ser o segundo duelo entre eles em poucos meses. No torneio de Roland Garros, o espanhol venceu por 3 sets a 1.

“Perdi a partida, mas senti emoções tão especiais competindo em um palco tão memorável contra um dos melhores jogadores do mundo, que provavelmente será um dos melhores da história. Ele tem um plano A, B, C e D, e provavelmente todo o alfabeto de planos que ele pode executar. Ele é um dos jogadores mais rápidos e tem tantas variações em seu jogo que pode executá-lo no mais alto nível”, relembra Dzumhur.

O resultado dentro da quadra já não importa tanto para o bósnio. Fora dela, ele já é um vencedor.

“Vou tentar dar o meu melhor e encontrar o jogo que me ajudou a vencer em alguns momentos contra ele alguns meses atrás. Vamos ver o que vai acontecer. O mais importante é que eu esteja aqui. Quando sofri com meu pâncreas, não pensei em tênis. Agora estou em condições de jogar novamente nos maiores torneios contra os melhores adversários. Há três anos, quase morri. Agora posso fazer o que amo”, finalizou.

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