A tenista Bia Haddad Maia é a capada revista Vogue Digital de Julho, em celebração aos Jogos Olímpicos de Paris, que acontecem no final do mês. A brasileira está confirmada na chave de simples e de duplas das Olimpíadas.
Melhor brasileira no ranking da WTA, Bia Haddad Maia deu uma entrevista para a revista e falou sobre a rotina de uma tenista Top, que nem sempre é tão glamorosa como as pessoas imaginam.
“A verdade é que, muitas vezes, me vi sozinha em um quarto de hotel, vulnerável, sem saber se o lugar que eu estava era seguro, ou preocupada porque estava sem técnico, angustiada com alguma derrota. Já tive muitas noites insones, como qualquer profissional em qualquer carreira. Mas, mesmo diante de dificuldades, cirurgias, machucados, nunca pensei em desistir”, afirmou a tenista.
Uma voz importante no esporte contra o machismo e a misoginia, Bia Haddad admitiu à revista que já sofreu com ataques dentro e fora das quadras.
“Vivemos em um mundo machista em que a mulher precisa fazer muito mais do que o homem para ter o mesmo reconhecimento. Estamos melhorando, nos Grand Slams, as premiações já são equivalentes, por exemplo, mas as coisas não mudam da noite para o dia. Tem atletas maravilhosas no Brasil que têm feitos muito grandes e que certamente seriam mais reconhecidas se fossem homens. No Brasil, temos a Ana Marcela Cunha, da natação em águas abertas, que é surreal”, afirmou Bia Haddad.
Na entrevista, a tenista também afirmou que a rotina de viagens para a temporada de tênis dificulta para que ela possa ter um namoro normal e praticamente descartou a maternidade.
“É absolutamente incompatível com a vida que levo agora”, afirmou a tenista.
Bia Haddad está na Inglaterra para a disputa do torneio de Wimbledon, terceiro Grand Slam do ano. Ela estreia nesta terça-feira contra a polonesa Magdalena Frech, número 56 do ranking da WTA.
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