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Como a Itália produziu o primeiro número 1 do mundo no tênis

Jannik Sinner será o Nº1 do mundo no ranking divulgado na próxima semana (Crédito: @rolandgarros)

Na próxima segunda-feira, a ATP (associação dos tenistas profissionais) irá divulgar seu ranking atualizado com Jannik Sinner na primeira colocação. Já nas semifinais do torneio de Roland Garros, na França, ele será o primeiro italiano a alcançar o topo do ranking no tênis.

“Esta conquista incrível e histórica se deve a um menino extraordinário, rodeado por uma equipe de valor absoluto. Ter um italiano no topo do mundo enche nosso movimento de orgulho e faz com que todas as pessoas que, junto comigo, neste longo período dedicaram apaixonadamente suas vidas primeiro ao relançamento e depois ao sucesso do tênis italiano. É uma vitória para todo o sistema, para os nossos 14 mil professores de tênis, para os mais de quatro mil clubes e para todos os dirigentes que, todos juntos, são a força motriz deste magnífico esporte”, declarou o presidente da Federação Italiana de Tênis e Padel, Angelo Binaghi.

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Mas como a Itália, um país apaixonado por futebol como o Brasil, conseguiu produzir um tenista número 1 do mundo? Qual esse “sistema” citado pelo presidente da Federação?

O projeto italiano de tênis foi estabelecido em 2010, com investimento nas categorias Sub-10, Sub-12, Sub-14 e, posteriormente, Sub-16. Um dos pilares do sistema foi a capacitação dos professores.

“O Conselho Federal pediu à ISF para formar treinadores, que em última análise não são formados em sala de aula, mas em campo e em torneios ao redor do mundo, o que antes não estava presente no nosso sistema. Com esta nova abordagem, tudo mudou: demos apoio técnico e administrativo aos professores das crianças, lhes dando referências de que necessitavam, mesmo aos maiores de 18 anos. E garantindo contribuições financeiras para que os jovens com maiores perspectivas pudessem formar-se em casa, com incentivos ao seu estudo”, explicou Michelangelo Dell’Edera, diretor da Federação, em entrevista ao site da entidade.

Em 2013, o tênis italiano contava com 17 atletas com ranking ITF masculino, sendo 3 deles entre os 500 primeiros. O melhor era o número 166. A situação entre as meninas não era muito diferente: 16 jogadoras no ranking, 5 entre as 500 primeiras e o número 138 como recorde.

No final do ano passado, havia um total de 120 italianos no ranking júnior masculino, 25 dos quais estavam entre os 500 primeiros, com Federico Cinà na oitava colocação da ITF. No feminino, 115 atletas, 15 top 500 e a número 18 de Federica Urgesi como recorde.

No ranking da ATP, são nove os tenistas italianos entre os 100 primeiros, sendo seis deles com menos de 23 anos (veja a lista aqui). Como comparação, o Brasil tem apenas dois: Thiago Wild (58º) e Thiago Monteiro (86º). Ou seja, frutos do programa iniciado em 2010.

Os “mais de quatro mil clubes” citados pelo presidente da Federação são parte importante do sistema. A maioria deles recebe uma contribuição para ajudar na formação dos treinadores.

“Damos uma contribuição de mil euros ao clube de cada um dos participantes, para incentivar os treinadores a trabalharem ao lado dos nossos técnicos, para que possamos construir a equipe que pode lançar as bases para futuras atividades internacionais de alto nível. Desde 2013, temos agora dados claros que destacam o acerto deste novo processo de crescimento, um caminho verdadeiramente extraordinário. O que não é dado apenas pela evolução dos atletas, mas também pelos novos treinadores. Trabalhando também ao lado de consultores internacionais de qualidade comprovada. Quando o presidente Angelo Binaghi elogia a equipe do nosso número 1 Jannik Sinner, ele enfatiza esse mesmo conceito: há um treinador italiano, Simone Vagnozzi, e um consultor internacional, Darren Cahill”, completa Michelangelo Dell’Edera.

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