As quartas de final do Challenger 100 de Campinas acontecem nesta sexta-feira, na Sociedade Hípica da cidade, sem a presença de tenistas brasileiros. Dois oito jogadores que seguem na disputa pelo título, três são argentinos, um é americano, um chileno, um boliviano, um peruano e um equatoriano.
A Argentina tem sete atletas no Top-100 e 15 no Top-200 enquanto o Brasil tem dois e cinco, respectivamente. As teorias para o sucesso argentino nas quadras são muitas, como o número de quadras públicas no país e a falta de um plano B para os tenistas, como declarou recentemente o argentino naturalizado brasileiro Fernando Meligeni.
Mas qual é a opinião dos jogadores argentinos? O Diário do Tênis conversou com alguns deles nesta semana para tentar encontrar a explicação.
“Para mim não existe uma coisa apenas, são muitas. Na Argentina nós temos muito bons treinadores e preparadores físicos. Muitos jogadores viram técnicos quando se aposentam, a maioria segue ligada ao tênis. Issso ajuda muito. Também temos clubes de tênis de todas as classes sociais, alta, média e baixa. Por mais que uma raquete e um professor sejam caros, tem possibilidade de entrar no clube e começar a jogar”, analisou Andrea Collarini, de 32 anos e número 205 do ranking.
Campeão do Challenger de Villa Maria na semana passada, Camilo Ugo Carabelli, de 25 anos e 105 do ranking, passou por dois brasileiros para chegar nas quartas do Challenger de Campinas.
“Treinamos muito quando garotos. É normal um brasileiro ir treinar na Argentina, não é comum o contrário. Acho que não tem segredo. É um pouco mais de horas extras treinando e nada mais. A maioria dos jogadores argentinos deixa a escola e muitas coisas de lado para jogar tênis, dedicam toda a sua vida para focar no esporte desde os nove, dez anos”, afirmou.
A diferença econômica também é citada pelos tenistas argentinos, o tal “Plano B”. O DIÁRIO DO TÊNIS ouviu que, diante das dificuldades, os hermanos muitas vezes compartilham treinadores e até mesmo quartos nas viagens para os torneios do país.
“No Brasil tem a Lei de Incentivo. Muitos jogadores brasileiros têm patrocinadores e podem contratar equipe. Na Argentina não temos essa lei e poucas empresas dão dinheiro aos jogadores. E sai muito caro ter uma equipe”, explica Collarini.
O ex-jogador uruguaio Marcelo Filippini veio ao Challenger de Campinas como técnico do americano Tristan Boyer, que também está nas quartas de final. Ele também entrou na discussão sobre o tema e destacou o perfil do jogador argentino.
“Os jogadores argentinos tem a parte mais sofrida que o brasileiro não tem tanto. Na Argentina tem tanto jogador e nem todo mundo pode ter as melhores condições. E eles chegam porque têm essa raça de quem quer chegar”, afirmou Filippini.
Os confrontos das quartas de final do Challenger de Campinas acontecem nesta sexta, a partir das 10 horas. Veja os duelos.
Roman Burruchaga x Juan Pablo Ficovich
Juan Pablo Varillas x Alvaro Guillen Meza
Camilo Ugo Carabelli x Tomas Barrios Vera
Tristan Boyer x Juan Padro Angelo
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