
Um nome chama a atenção entre os jogadores que furaram o quali e vão disputar a chave principal do torneio de Wimbledon, o terceiro Grand Slam da temporada: Shintaro Mochizuki. O japonês, de 22 anos, foi campeão juvenil do torneio em 2019, ganhou de Carlos Alcaraz no Mundial de Tênis juvenil em 2017 e já venceu três brasileiros no profissional neste ano.
Ex-número 1 do mundo juvenil, Shintaro Mochizuki não teve uma carreira linear. Após o título de Wimbledon em 2019 e superar no ranking nomes como Holger Rune e Lorenzo Musetti, o japonês não conseguiu deslanchar de imediato na transição ao profissional.
Entre os 13 e 19 anos, Mochuzuki treinou na IMG Academy, na Flórida. Chegou aos Estados Unidos sem falar inglês e a barreira linguística, além da distância física, foi um dos obstáculos para o tenista.
“Lembro-me de alguns caras me perguntando: ‘Quantos anos você tem?’ Eu não sabia de nada, não entendia. Alguns japoneses me ajudaram a dizer a eles minha idade. Demorou bastante. Havia alguns japoneses na IMG, então eu falava bastante japonês. Meu treinador japonês estava comigo na Flórida. Levei uns três anos para me acostumar com o idioma”, afirmou Mochizuki.
O tenista voltou ao Japão e agora começa a chamar a atenção no circuito Challenger. Na temporada de grama, que é a favorita do tenista, Mochizuki já foi semifinalista do Challenger de Ikley e vice-campeão do Challenger de Nottingham, além de furar o quali. Na próxima atualização do ranking da ATP, deve aparecer na 142ª posição, bem próximo da melhor marca da carreira (129).
“Quero continuar melhorando o tempo todo e a cada dia, acho que é a coisa mais importante na minha carreira. Ainda sou jovem, aprendendo tantas coisas”, afirmou Mochizuki.
Carrasco de brasileiros
Na campanha no quali de Wimbledon Shintaro Mochizuki eliminou Felipe Meligeni Alves na segunda rodada, mas ele também mostrou ser uma espécie de carrasco de brasileiro. O japonês venceu Thiago Wild na primeira rodada do Challenger de Oeiras, em Portugal, e Thiago Monteiro no Challenger de Mauthausen, na Áustria.
Na estreia em Wimbledon, Shintaro Mochizuki vai enfrentar o italiano Giulio Zeppieri, que tambpém furou o quali. Se vencer, pode enfrentar Karen Kachanov na segunda rodada. O reencontro com Carlos Alcaraz poderia acontecer apenas em uma eventual semifinal, mas o japonês sabe que o espanhol não é o mesmo tenista que derrotou em 2017.
“Ele é um jogador completamente diferente agora, especialmente fisicamente. Ele é tão grande. Ele é tão forte. Acho que a forma como ele joga é semelhante, não há uma grande diferença, mas obviamente ele é muito mais forte. Eu simplesmente o admiro muito porque tenho certeza de que ele trabalhou muito e com afinco para chegar lá. Dá para ver o corpo dele, ele tem que se esforçar muito para chegar nesse nível. Ele é um cara super legal, ele ainda me cumprimenta quando o vejo. Eu achava que alguns caras não me diriam nada quando estão no Top 5, Top 10 do mundo e têm tanto dinheiro e tantos resultados. Mas ele é um cara tão legal e eu o respeito muito”, afirmou Mochizuki, ao site da ATP.
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