Fernando Romboli jamais vai esquecer a segunda semana de março de 2025. Aos 36 anos, o tenista viveu situações inéditas na carreira e tem a chance de ampliar ainda mais os feitos nesta sexta-feira. Por volta das 17 anos, no segundo jogo da quadra central, o brasileiro e o australiano John Patrick-Smith enfrentam o americano Sebastian Korda e o australiano Jordan Thompson nas semifinais da chave de duplas do Masters 1000 de Indian Wells, nos Estados Unidos.
Quase num piscar de olhos, Fernando Romboli entrou pela primeira vez na chave de um Masters 1000, derrotou algumas das principais duplas do mundo, já garantiu o melhor ranking da carreira. Fez tudo isso com uma lesão na panturrilha, que o limita em alguns movimentos.
A semana inesquecível do tenista brasileiro começou com a notícia de que tinha entrado na chave principal do Masters 1000 de Indian Wells como alternate, devido à desistências de Francisco Cerundolo e Frances Tiafoe. Ele, que havia sido vice-campeão nas duplas no Challenger de Rosário no sábado, primeiro superou uma maratona para chegar até o Tennis Paradise.
“Foi uma situação daquelas que a gente nunca vai esquecer e que torna tudo isso especial. Eu joguei a final em Córdoba às 16h no sábado, peguei um ônibus Córdoba para Buenos Aires no sábado à noite. Cheguei em Buenos Aires no domingo de manhã. Só tinha o voo Buenos Aires Estados Unidos à noite. Então peguei o voo. Buenos Aires Miami, Miami para Phoenix e Phoenix para Indian Wells..ou seja, cheguei em Indian Wells na segunda às 11 e meia da manhã. Meio-dia e meia eu cheguei no clube recebi a notícia que tinha entrado e as 14h30 eu já estava na quadra jogando”, relembra o tenista.
O tal jogo era simplesmente contra os americanos Rajeev Ram e Austin Krajicek, que já foram a parceria número 1 do mundo e conquistaram quatro títulos de Grand Slams. Romboli e Patrick-Smith não deram bola para o favoritisimo dos adversários e venceram por 2 sets a 1, com parcias de 6-4, 3-6 e 10-8, em uma hora e 37 minutos de partida. O brasileiro e o australiano chegaram a estar perdendo por 7 a 3 no super tie-break.
Na segunda rodada, eles passaram pelos cabeças de chave número 6, os britânicos Lloyd Glasspool e Julian Cash, por 2 sets a 1, com parciais de 6-4, 4-6 e 10-5. Nas quartas de final, as vítimas foram o indiano Yuri Bhambri e o sueco André Goransson, com mais um 2 a 1, parciais de 7-6 (7-5), 3-6 e 10-8, em uma hora e 50 minutos de partida.
“Estou realmente muito feliz. Realmente passa um filme na cabeça de todo o esforço, todo o sacrifício que eu fiz, a minha esposa, todo mundo da família para estar num lugar desse, num torneio grande, agora numa semifinal. Realmente é muito gratificante e não tenho sem palavras. É difícil descrever tudo o que estou sentindo, mas ainda não caiu a ficha, que eu estou numa semifinal de Master 1000. Mas é isso! Agora com muita vontade de seguir. Não estou satisfeito. Eu sei que eu estou no nível, estou no lugar onde eu tenho que estar. E é ir atrás de mais uma vitória e chegar nessa final!”, afirmou o tenista.
Com a campanha, Fernando Romboli está subindo para a 68ª posição no ranking de duplas da ATP, a melhor da carreira. Se chegar à final, sobe mais dez posições e se aproxima do Top-50. Para isso, a estratégia pensada pela dupla para não forçar a lesão na panturriha do brasileiro precisa funcionar
“Eu e meu parceiro combinamos uma maneira de jogar, de me poupar o máximo possível, não só porque estou um pouco dolorido ali na panturrilha, mas porque também a gente tem uma temporada inteira pela frente. Apesar de termos o mesmo treinador, é a nossa primeira vez jogando juntos e já nos entendemos muito bem dentro de quadra. Deu certo demais essa parceria. O nosso estilo de jogo é parecido e isso com certeza facilitou o entrosamento!”, afirmou Romboli.
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