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Luiza Fullana começou tarde e quase sem querer no tênis. Agora, sonha alto

Luiza Fullana foi campeã do ITF W35 de São Paulo (Crédito: Divulgação)

Até os 12 anos, Luiza Fullana tinha pouco contato com o tênis. Participava de clínicas eventuais em Brasília, mas não levava o esporte tão a sério. Até que uma amiga, Beatriz Sattin, a convidou para disputar um torneio porque faltava uma jogadora na competição. Luiza não tinha compromissos e aceitou o convite. Entrou e foi vice-campeã.

“Aí eu fiquei assim, uai, gostei disso aqui”.

A amiga não está mais no tênis. Já Luiza Fullana conquistou neste domingo o primeiro título como profissional no ITF W35 de São Paulo e deve ficar perto da posição número 650 do ranking da WTA.

Mas a caminhada entre o vice aos 12 aos e o primeiro título profissional aos 23 não foi nada fácil. Empolgada com o primeiro torneio, Luiza Fullana pediu aos pais para começar a treinar tênis. Aos poucos, foi melhorando os resultados e começou a chamar a atenção de profissionais que trabalham com o esporte. De um deles, o ex-tenista e atual capitão do time Brasil na Copa Davis, Jaime Oncins, veio outro convite que mudou a vida da garota.

“Ele me convidou para fazer dois anos de High School na Monte Verde academy para me preparar para o College. (Aceitei) por falta de grana mesmo, a gente não tinha muita perspectiva de jogar torneios, especialmente naquela transição do juvenil para o profissional. O Jaime sempre falou que se eu realmente quisesse jogar profissional o College não iria tirar isso de mim. Foi a melhor escolha que já fiz na vida. Não me arrependo de nada. Foi uma experiência incrível como jogadora e como pessoa”, afirmou.

Luiza Fullana disputou o circuito universitário pela Universidade de Charleston Southern e foi três vezes campeã da Conferência Big South e finalista do prêmio de jogadora do ano na conferência em 2023. Mais do que isso, aproveitou o College para suprir a “carência” por ter começado tarde no tênis.

“O College me deu a experiência que eu precisava de jogar com meninas de estilos diferentes de jogos, meninas que batem mais, que dão balão, meninas que dão slice, que gritam na sua cara”, disse.

Até a semana passada, Luiza Fullana dividia os tempos entre as quadras e as redes sociais, trabalhando também como social media de uma academia e como coach. Mas agora vai focar totalmente na carreira no tênis e já tem até de rever as metas para a temporada.

“Agora é focar 100% no tênis. Acho que isso vai ser muito importante para mim. Tenho que continuar me divertindo na quadra, jogando solta e trabalhando duro. Minha meta era terminar o ano no Top-650, mas agora vamos ter de mudar a meta porque está tão pertinho. Vou sentar com minha equipe e reavaliar. Dá para criar metas mais ousadas”, afirmou a tenista, que se inspira em Bia Haddad Maia e tem como ídolos Roger Federer, Novak Djokovic e Maria Sharapova.

Nesta semana, o desafio da tenista será o ITF W35 de Piracicaba. Ela encara na primeira rodada a americana Jaeda Daniel, número 710 do ranking. As duas se enfrentaram no W15 de Campinas em março e a americana venceu por 2 sets 1.

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